QUANDO OS OLHOS SÃO ROTA DE FUGA


OLHOS
Oswaldo Antônio Begiato

Minha morada tem janelas
Por onde entram imagens
Invertidas e pervertidas,
Cujas vidraças e vitrais,
Presos às esquadrias de minhas seguranças,
Ocupam-se em traduzi-las
E transformá-las em imagens doces.

São imagens de minha liberdade
E de minha demência
Que minhas paredes impermeáveis
Impedem-me de tocar
Aprisionando-me em meus tantos temores.

Mas cuido para que minhas janelas,
Seus parapeitos e paralelos,
Estejam sempre perfumados e enfeitados
Com pétalas e parapétalas
De florestas encharcadas de cores.
E que seus vidros e olvidos
Estejam sempre aquecidos
Com luzes encantadas e lustrais
E com uma luz azul sem fim
Capaz de produzir universos
Inventar canções eternas,
E desenhar um céu cheio de horizontes.

Porque é por elas que um dia,
Arrebentando todas minhas resistências,
Fugirei, voando, para bem longe de mim.

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